Desde Aristóteles (320 AC) o homem busca evoluir a maneira de desenvolver, obter e reter conhecimento.  Significativas contribuições aos métodos de investigação científica foram dadas por Alhazem (Iraque, 1021) e Abu Rayan (Pérsia, 1025).

O “Método Científico” estabelecido em 1590 por Sir Francis Bacon (Hipótese – Experimento – Avaliação) foi a base (P-D-C) para Walter Andrew Shewhart[1] propor o ciclo P-D-C-A, onde:

 

P = PLAN  (planejar)

D = DO  (fazer)

C= CHECK  (checar)

A = ACT (agir)

 

Na década de 1950 W. Edwards Deming popularizou o PDCA no Japão e algum tempo depois propôs a troca do C por S (Study) justificando que a palavra inglesa Study expressava melhor as intenções de Shewhart.

 

Convém que o ciclo PDCA seja implementado repetidamente em espirais onde o conhecimento do sistema converge para a meta desejada. Neste modelo cada ciclo representa o aumento do conhecimento do funcionamento do sistema. Esta abordagem está baseada na crença que seu conhecimento e habilidades podem melhorar sempre.

 

Analisando o ciclo PDCA nas organizações atuais encontramos resultados desconcertantes. Praticamente todas as organizações planejam bem, produzem extensos e volumosos planos e procedimentos (“P” do ciclo PDCA).

 

Entretanto, quando chega a hora de implementá-los ou seja, praticar o “D” do ciclo PDCA,  encontramos respostas do tipo “ Sei que é importante,  mas realmente não temos conseguido fazer acontecer”. Auditorias de SGQ encontram grande incidência de procedimentos que não são seguidos.

 

A etapa “C” do PDCA apenas constata que o planejado não está sendo cumprido e conforma-se com seu papel de termômetro denunciando uma doença que pode tornar-se crônica. O aumento da inspeção acaba perpetuando os níveis elevados de retrabalho que temos encontrado em muitas organizações.

 

Para completar este assunto, é muito pouco praticada a etapa “A” que seria responsável por fechar o ciclo PDCA através de ações concretas sobre as causas dos insucessos demonstrados na etapa anterior, assegurando que tais problemas nunca mais ocorreriam e iniciando o ciclo virtuoso da melhoria contínua.

Autor: Boanerges Couto. Professor Adjunto da Universidade Federal Fluminense; Fundador da HGB; Autor do livro Gestão por Processos em Sistemas de Gestão da Qualidade, Editora Qualitymark

[1] SHEWHART, Walter Andrew. Economic Control of Quality of Manufactured Product. New York: Van Nostrand Co. Inc, 1931.